quinta-feira, 16 de maio de 2013

DANÇA DO CHORADO DE VILA BELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE-MT


ADEUS PASSARINHO, ADEUS QUE JÁ VOU ME EMBORA...





Dança afro da região de Vila Bela da Santíssima Trindade. Esta dança surgiu no período colonial/imperial, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senhores e seus entes queridos solicitavam seu perdão e liberdade dançando o Chorado, em que muitas vezes eram atendidos.
Com o passar dos tempos passou a ser realizada ao final da festa de São Benedito pelas mulheres que trabalharam na cozinha.


A coreografia tem um ponto diferente de outras danças mato-grossenses autóctones, devido ao equilíbrio das garrafas na cabeça das dançarinas, as quais cantam e dançam um tema próprio. Procuram manter a garrafa na cabeça, para mostrar que estão sóbrias, isto é, que apesar da festança, ninguém está embriagado. Este passou a ser o significado atual da Dança do Chorado.



A expressão que mais se aproxima desta dança é a “Dança da Galopera”, no Paraguai, que também se dança com garrafa na cabeça. A diferença é que a bailarina não canta, pois o tema é instrumental a base de harpa e violão ou banda marcial.
Atualmente a Dança do Chorado é executada pelos componentes do Instituto Tereza de Benguela, como referência cultural do Estado de Mato Grosso.


MAIS VÍDEOS DA DANÇA:


CONHEÇA A CULTURA DE VILA BELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE - MT



Vila Bela mantém tradição com Festa do Congo



A “Dança do Congo”


Em Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso, a Dança do Congo representa a resistência dos negros que continuaram na região após a transferência da capital do Estado para Cuiabá, em 1835. Faz parte da Festa de São Benedito que ocorre sempre no mês de julho, em uma segunda feira, quando comemoram o dia do santo negro. 
      
A Dança do Congo é a dramatização de uma luta simbólica travada entre dois reinados africanos. O Embaixador de um outro reino pede ao Rei do Congo a mão de sua filha em casamento, o Rei rejeita o pedido então o Embaixador declara guerra ao Rei do Congo. O motivo da negativa teria sido que o Rei do Congo desconfiava que o Embaixador queria fazer uma traição ao reinado, após o casamento ele tomaria o poder possivelmente matando o Rei, o Secretário e o Príncipe, ficando com a coroa. Em uma outra versão o Embaixador é o mensageiro do Rei de Bamba, que manda pedir a mão da Princesa em casamento. 



      
Os personagens do reinado do Congo são o Rei, o Príncipe e o Secretário de Guerra; do reino adversário aparecem o Embaixador e soldados. A nobreza usa mantos, coroas e bastões coloridos e ornamentados com flores como instrumentos, o Príncipe e o Secretário de Guerra vestem também um saiote com armação de arame e um peitoral em forma de coração como escudo. Os soldados usam espadas, capacetes com pena de ema, flores e fitas, e o cantil que contém uma bebida chamada “Kanjinjim”, feita à base de cachaça, gengibre, canela, cravo e mel que serve para estimular os dançantes. 


      
As flores na indumentária servem para reverenciar São Benedito, como os personagens não podem ficar próximos ao oratório do santo durante a dança, onde colocariam suas flores para promessa, eles arrumam um lugar no capacete, e as fitas representam o próprio oratório. 
      
A movimentação da Dança do Congo é a caracterização da marcha dos soldados, o pulso vertical dos corpos, os movimentos dos braços com as espadas e o ritmo dos pés, dançando ou caminhando, remetem à marcha. 
      
A dança ocorre pela cidade toda, onde os participantes cantam e marcham ao som do ganzá, bumbo e cavaquinho que são tocados pelos músicos-soldados. Os dançantes tem por função também proteger os festeiros que são o Rei, a Rainha, o Juiz e a Juíza que carregam objetos sagrados, e ainda as promesseiras que acompanham o cortejo levando flores em homenagem a São Benedito. 

 
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